domingo, 6 de agosto de 2017

Sete Historias de Natal..


O Elo Perdido  X em...

Historias de Natal... I-II-III-IV-V-VI-VII.
                                                                                                                                               





“O negro, o menino”.
    .”O pingente de ouro”.
           “O Gideão de ouro”.
                “O catador de papel”
                      “Um amor eterno”. 
                             "Um Cantinho do Céu".
                                  "A oração e o Natal "
                                

Historias de Natal I...

         O negro e o menino


                    Naquela cama de hospital um menino amargava o seu difícil estado terminal de saúde. Pequenas lágrimas escorriam em seus olhos ao lembrar que o Natal se aproximava e sua mãe e seu pai estavam ausentes e não sabia, onde estariam eles.
        Na sua solidão clamava: “JESUS, não me abandone, venha passar o Natal comigo”.
                    Na rua, na  escuridão  dos becos abandonados um homem bem vestido, mas roto vagava com uma garrafa na mão e estava quase embriagado, seu passo cambaleante o conduziam para uma pequena fogueira que aqueciam alguns mendigos naquele começo de noite frio e entre eles estava um negro que foi lhe dizendo:
                   --Encoste amigo, venha esquentar um pouco;
                   --Já estou quente com isto aqui – disse o chegante.- mostrando a garrafa.
                   --Isto não lhe esquenta, só te faz muito mal.
           --É...Eu sei, mas como se chama?
                   --Chame-me apenas de amigo, nada mais apenas amigo,
                   --Muito bem amigo eu sou Artur.
                   --Porque está desesperado assim?
                   --É que eu tenho um filho e ele está internado com câncer no sangue, não tem cura, talvez não alcance amanhã dia de Natal.
                   --Quem sabe, você não acredita em Deus?
                   --Acredito, mas eu tenho tantos problemas, preciso desabafar quer escutá-los.
                   --Sim – vamos nos sentar ali
                    Com as mãos entre a cabeça Artur contou o que se passava e Meia hora depois, o negro falou:
                   --Então você é dono de uma pequena empresa e culpou seus dois melhores amigos de um grande desfalque que você mesmo fez, está agora arrependido e tem o filhinho muito doente.
                   --E isto ai-
                    --Pois bem eu vou te ajudar, mas você tem que fazer o que eu disser esta de acordo?
--Sim.
--Então vamos primeiro a casa de um destes teus amigos.
                   Lá se foram os dois conversando e quando eles chegaram na casa de um dos amigos o negro falou?
--Sr. Daniel?
--Sim.
--O meu amigo Artur quer lhe falar?
--Mas não temos o que conversar.
--Por favor, escute – o
--Daniel – falou Artur – Eu errei com vocês e estou arrependido e quero me reconciliar contigo e vou lhe devolver todo o seu prejuízo, mas quero que me perdoe.
--Claro Artur, eu nunca acreditei que você continuasse com esse problema, claro meu amigo, eu perdoei, ambos se abraçaram e toda a família voltou a sorrir e negro insistiu:
--Quero que vá conosco ate a casa do Célio para fazerem as pazes todos juntos.
--Claro, vamos sim.
                   Os três homens partiram rua afora rumo a casa do outro amigo prejudicado e lá chegando a historia se repetiu reconciliaram e fizeram as pazes e comemoraram com muita alegria foi quando o negro tornou a disser:
                   --Agora  vamos  ao Hospital fazer uma visita para o pequeno Saul, filho de Artur que esta muito mal.
                   Combinaram os quatros e lá se foram para o Hospital, ainda era cedo da noite quando chegaram e o negro entrando na frente foi direto ao quarto de Saul e lá chegando o chamou:
                   --Saul você me chamou e eu vim para te curar.
                   --Que bom, mas onde esta meu pai?
                   --Este ai fora, mas tu acreditas que eu posso te curar?
                   --Sim, se você for JESUS você pode me curar, eu acredito.
                   --Sim eu sou JESUS – disse o negro – colocando a mão sobre a cabeça de Saul – disse a tua fé é muito grande estas curado
                   --Obrigado JESUS, chame meu pai – insistiu o menino.
                   --Vou fazê-lo entrar Felix Natal Saul.
                   --Felix Natal
                   O pai de Saul entrou com os dois companheiros no quarto e viu seu filho sentado na cama sorrindo.
                   --Meu filho cuidado você não pode sentar.
                   --JESUS me curou meu pai.
                   --JESUS? Mas que história e esta? Quando? Como?
                   --Aonde esta o seu amigo aquele homem negro pai?
                   Todos olharam ao redor e notaram que Ele havia desaparecido e então Artur perguntou ao filho?
                   --Porque quer ver ele?
                   --Pai... Ele era JESUS eu clamei muitas vezes por seu nome e Ele veio e me curou.
--Aquele homem preto?
                   --Sim... Papai, Ele veio e pôs a mão na minha cabeça e eu me senti sem dor e curado.
--O doutor já esteve aqui?
--Sim... Ele acabou de sair e me disse que eu posso ir-me embora para casa, já me deu alta.
--Então vamos todos, para casa agora somos três famílias em uma só grande e unida família e louvaremos ao SENHOR por todos os dias de nossa vida.
                   E saíram os quatros andando pela rua na noite
 em que lembramos o nascimento de JESUS, afinal era
 véspera de Natal, abraçados, rindo e o menino...
.pulando a frente ia alegre cheio de vida viu sua mãe já na porta de sua casa o esperando quando viu seu filho ela veio correndo o abraçar, era realmente uma noite feliz e aquela família acabara de ganhar o melhor presente de Natal.
                  Artur olhou para o céu, não disse nada, mas em seu rosto havia muito agradecimento e em seus olhos duas lagrimas rolaram.
                  CRISTO pode realmente mudar nossas vidas, basta acreditarmos Nele.
                                              FIM
                        *

Historia de Natal.II...

“O Pingente de ouro”.

                   Lucas tinha apenas oito anos e suas duas Irmãzinhas gêmeas Maria Cecília e Maria Aracy, tinham apenas cinco anos, estavam passando as férias junto com seu pai Artur que havia enviuvado á quatro anos, cuja esposa morrera em um acidente de carro, agora se dedicava exclusivamente aos três filhos.
                  Naquele dia véspera de Natal eles estacionaram seu carro e o trailer junto ao uma grande sombra entre as arvores ali em meio ao acampamento que haviam feito junto a um parque florestal, e se preparavam para montar uma pequena arvore de Natal.
                  Lucas já um menino esperto havia arranjado uma pequena arvore seca a guisa de um pinheiro e tentava enfinca-lo no chão enquanto o pai o olhava:
                 --Meninas fiquem quietas junto com seu irmão, não se afastem do acampamento enquanto vou buscar lenha para acendermos uma fogueira hoje à noite – dizendo isto Artur se afasta e nota que atrás dele o pequenino cachorrinho Batom o acompanhava – Volte já – zangou fazendo o animalzinho voltar correndo.
                  Mas o cachorrinho muito arteiro começou a correr atrás de umas borboletas e se embrenhou mata adentro latindo até sumir o som, as duas gêmeas saíram atrás dele enganando ao irmãozinho distraído, que logo deu falta e começou a gritar chamando por elas e como não respondiam saiu atrás no rumo que o Batom havia entrado na mata e não achando e nem ouvindo nada foi adentrando pela mata sempre chamando por elas, mas não conseguia encontrá-las e nem ao cachorrinho.
                    Já havia passado um bom tempo quando Artur voltou ao acampamento e se desesperou ao não encontrar as crianças, largou a lenha no chão e começou a gritar por elas, mas nada respondeu e ele muito abalado entrou mata adentro e andou muito nada encontrando ou ouvindo, e a noite chegava, uma duvida veio ao seu espírito:
--Já devem Ter voltado para o acampamento - e correndo retornou, mas nada encontrou.
--Meu Deus tem dó destas crianças, Senhor Jesus ordene que teus anjos as encontrem e as protejam e me as tragam de volta – implorava com lagrimas nos olhos.
                   Lá dentro da mata não muito longe as duas meninas perdidas encontraram o cachorrinho, aliás, ele as encontrou.
--Batom aonde andava?
--Eu o encontrei – falou uma jovem mulher muito bonita de cabelos soltos com o vento.
--Nos precisamos voltar para nosso pai – falou Cecília.
--Primeiro vamos nos encontrar com teu irmão que as estava procurando, vamos até ali, eu tenho uma casinha bem bonitinha aqui perto – disse a mulher.
                     Caminharam as três bem juntinhas seguras nas mãos, logo avistaram a pequena choupana e sentado na porta estava Lucas que quando as viu gritou:
--Maninhas por que fizeram isto?
--Nos fomos atrás do Batom que havia fugido e nos perdemos, mas a nossa amiga nos achou e nos trouxe para cá.
--É, ela também me achou – inteirou Lucas.
--E ao Batom também – completou – mas agora que estamos todos juntos vamos entrar já está bem escuro.
--E nosso pai? Perguntou Lucas.
--Amanhã ele deve aparecer por aqui, vamos todos para dentro.
   Entraram na casa e a jovem trancou a porta e ascendeu um lampião, na lareira o fogo aceso contagiou com seu calor as três crianças que foram para perto e se sentaram no chão.
--Maria Aracy venha aqui – chamou.
--Como você sabe meu nome – perguntou aquele pedaço de gente.
--Bem... Você é a Maria Aracy, você é a Maria Cecília e você é o Lucas certo?
--Certo – respondeu o menino – você nos conhece? E meu pai como chama?
--Sim eu os conheço, seu pai se chama Artur, mas depois falamos disto, agora vamos tomar uma sopinha quente, venham para a mesa.
--Minha cabeça esta doendo – clamava Maria Aracy.
 Tomando a pequenina no colo com todo carinho colocou a mão sobre a testinha e viu que tinha febre, muita febre.
--Você está com febre, tome um pouco da sopa enquanto preparo um remédio – e assim falando colocou a sopa nos três pratos, e as crianças se serviu, logo voltou trazendo um comprimido na mão e um copo de água na outra – Tome minha querida, você ficara boa.
--É ruim – clamou a menina.
--Mas é bom, logo a febre vai passar.
              As crianças tomaram a sopa e repetiram, mas Maria Aracy estava crisezinha.
--A cama já esta arrumada para vocês dois, Maria Aracy vai dormir mais eu.
--Você parece nossa mãe – comentou Lucas.
--Bem... Digamos que agora estou sendo.
--Como é seu nome?
--Maria... Só Maria esta bem?
                    Depois de agasalhar os dois irmãos, cobri-os com uma colcha abaixou e lhes beijou o rosto dizendo:
--Durmam bem meus queridos, os anjos os protegeram, venha Aracy, deite aqui ao meu lado, e tomando a pequenina nos braços a colocou junto ao seio, e com uma ternura inaplicada a agasalhou, a jovem parecia muito feliz uma lagrima escorreu em seu rosto.
                   O dia ainda não amanhecera Artur continuava desesperado procurando as meninas, agora com ajuda da policia e de muitos outros que se ofereceu na busca, um helicóptero chegaria antes do meio do dia para ajudar na busca. Grupos foram organizados e partiram mata adentro. Artur esperava a aeronave. Ao meio dia algumas turmas de busca voltaram, não haviam achado nem rastro.
                    Lá na cabana as três crianças e Maria já haviam acordado e tomavam chá com biscoitos.
--Será que o papai vai demorar?
--Não, logo ele vira, e você Aracy esta boazinha?
--Sim a febre já passou – disse a criança passando a mão no pescoço.
--Maria quando o papai vier nos buscar você vai conosco?
--Gostaria muito, mas não posso, eu tenho uma viagem para fazer, venham todos aqui fiquem bem juntinhos de mim que eu vou cantar uma canção que eu cantava para o meu nenê dormir, quero que vocês aprendam, e começou. “Um anjinho desceu do céu para te vigiar, mas um ratinho veio à noite para te acordar, o anjinho chamou o gatinho que com o ratinho foi brincar...”.E continuou...
--Vamos repetir agora cantem junto comigo.
 Lá fora podia se ouvir a suave melodia, já começava cair à tarde, após cantarem Maria tirou um pingente de ouro, um fino colar com uma pequena pedra azul marinha e o pendurou no pescoço de Lucas, beijou os três novamente e completou:
--Feliz Natal para vocês, acreditem minhas crianças foi um dia maravilhoso, mas agora preciso ir, escutem este barulho é o seu pai que vem chegando, não saiam daqui de dentro até ele vos chamar, Adeus - lagrimas escorreram em seus olhos castanhos pela face branca como um veludo.
--Não vá, fique - gritaram – mas a jovem abriu a porta e saiu.
Lá dentro do helicóptero Artur insistia para voarem mais baixo foi quando um dos tripulantes disse:
--Esperem um pouco, agora me lembro, bem ali junto daquela encosta tem um rancho abandonado vamos sobrevoá-lo.
--Vá mostrando a direção.
--Vá em frente, olhe lá esta ele e esta saindo fumaça na chaminé.
--Da para pousar ali – pergunto Artur.
--Vamos tentar.
 A aeronave volteou nos ares e começou a descer logo tocava a terra e o motor diminuía, Artur pulou no chão e gritou:
--Lucas, Cecília, Aracy.
                   A porta da cabana se abriu e apareceram as três crianças.
--Graças a Deus os encontramos estão salvo avise aos outros para cancelarem as buscas - disse Artur correndo rumo aos seus filhos que o abraçaram chorando.
--Papai olhe, ela encontrou o Batom também.
--Ela quem? Meu filho.
--Maria, ela se chama Maria ela mora aqui nesta casa, mas ela foi embora disse que tinha uma viajem para fazer.
--Ela cuidou de mim papai, eu estava com febre, ela e muito boazinha, cantou a cantiga do gato para eu dormir.
                   --Foi ela quem encontrou as duas perdidas nas mata, mas primeiro ela me encontrou e me trouxe para esta casa e depois voltou para procurar as maninhas e as encontrou junto com o cachorrinho e vieram todos para cá, olhe papai ela me deu este colar de presente – mostrou Lucas.                    
                    Artur ficou pálido, engasgou balbuciando:
--Tome papai – terminou Lucas tirando o colar e o entregando ao pai, que o segurou entre as mãos tremulas.
--Como era ela filho?
--Muita bonita papai até se parece com a Cecília, cabelos louros pensei até que era minha mãe, mas como eu sei que ela morreu...
--Sim ela se foi, mas agora vamos para casa e festejar o Natal fazendo de conta que ela esta entre nós e eu vou cantar a cantiga do gato que correu atrás do rato para você dormir, esta bem?
--Vai ser muito bom disseram as duas meninas, e perguntaram:
--Papai, você também conhece a cantiga do gato e do rato? Nossa mãe também se chamava Maria, mas só Maria? Perguntou também a outra?
--Epa, uma de cada vez, sim eu conheço a cantiga do gato e do rato que sua mãe gostava de cantar para o Lucas dormir, e seu nome era Maria de Jesus, e voltando o rosto para o céu, com os olhos molhados de lagrimas, falou dentro de si
--“Obrigado meus Deus, obrigado Jesus por Ter atendido a minha prece deixando a mãe deles salvá-los e os cuidar, obrigado minha querida esposa por me ter mandado como lembrança o colar que lhe dei no seu ultimo Natal e obrigado por cantar uma mensagem tão linda e cuidar de nossos filhos, que Deus a abençoe. E um Feliz Natal para o Senhor Jesus, Feliz Natal para você Maria. Feliz Natal para todos...”.
                                     Fim
                *
Histórias de Natal III...
      
“O Gideão de ouro”.
                  e o
            “O Pastor enferrujado”.

Angola... África.   (há muito tempo atrás)

                 Um Pastor negro pregava veementemente a palavra de Deus e tamanha era a sua convicção que os fieis vibravam sob a tutela do Espírito Santo e o povo que chegava se incorporava a aquela massa e se envolviam de corpo e alma.
                 O culto era em uma praça publica e mais de mil pessoas estavam ali para ouvir a pregação do fervoroso missionário evangélico, Era assim em todo lugar que ele ia e o exercito de Deus crescia sob os auspícios de Senhor Jesus Cristo que era aceito como o único filho de Deus, e ele, o pastor, balizava com o Espírito Santo e fazia milagres maravilhosos. A Fé estava estampada em todos os rostos, Jesus certamente estava presente.
Certa tarde alguns fieis amigos o procuraram para conversarem e em meio a aquele ambiente de cordialidade o Pastor fez uma pergunta:
--Vocês têm tempo para escutar uma pequena historia
--Certamente Pastor fique a vontade para nos contar, somos todos ouvidos.
--Esta historia começou á muitos anos atrás em uma favela no Rio de Janeiro lá no Brasil, em uma belíssima Noite de Natal, como a de hoje, “Irmão Waldemar’’ era o nome daquele preto que subia uma ladeira cheia de pedras e sinuosa que serpenteava por dentro daquela favela, muitas eram as portas e becos, mas ele subia firme como se já tivesse uma determinada meta a cumprir, ele mesmo já o sabia, mas ia em frente quando ouviu vozes alteradas vindo de um barraco que lhe chamou a atenção”.
                 Era um barraco feito de tabuas velhas e paredes de papelão de caixas de geladeiras e de bicicletas, a luz era precária e ao que parece era um só cômodo que agasalhavam uma pequena família uma mulher que era a mãe de outras três crianças, um menino de peito, uma menina de uns sete anos e um menino de dez anos, era uma família bem negra, o menino tinha ate o apelido de enferrujado, o irmão Waldemar já estivera ali antes por duas vezes e a pobreza daquela família o havia comovido, chegou-se à porta e falou:
--Boa noite meus irmãos, Felix Natal para todos.
--Ora se não é o nosso irmão pastor. Felix Natal para você pastor.
--Eu e trouxe algumas coisinhas para vocês – respondeu entregando a Bernarda que era a mãe uma sacola com balinhas e bolachas.
--Obrigado pastor.
--Não sou um pastor já expliquei que sou um Gideão, minha missão é distribuir pequenas Bíblias que é o novo mandamento ensinado por Jesus, e você Nicéia – perguntou afagando a cabeça do menino – quer ser um pastor ou um Gideão?
--Eu vou ser um pastor e ter a minha própria igreja.
--Pastor Ferrugem primeiro você tem que aprender tudo sobre a bíblia e para isto precisa aprender primeiro a ler - brincou o Gideão.
--Ele já sabe ler – interrompeu a negrinha Márcia.
--Então vamos ver o que sabe.
                   Passaram um bom tempo lendo e relendo trechos do novo testamento, já noite avançada o Gideão se despediu daquela família;
--Preciso ir já esta ficando tarde e quero ainda passar este resto de noite com a minha família e isto aqui é um pouco perigoso, mas vou deixar esta bíblia, que era minha, do meu uso pessoal como presente de Natal para você enferrujado já que é o único aqui que sabe ler, este é um livro completo O Velho e O novo Testamento, já que está interessado em ser um servidor de Jesus é licito que eu o presenteie com a minha Bíblia pessoal, ela é muito boa e tem as letras grandes, leia bastante Nicéia e talvez um dia a igreja do pastor enferrujado se tornará uma realidade, que Deus o abençoe, tchau.
--Esta cedo - apelou à velha negra.
--Preciso ir, boa noite para todos e fiquem com Deus, e zele bem da Bíblia.
--Pode deixar Gideão de ouro.
--Sou apenas um Gideão negro.
--Que vale ouro pela sua bondade.
--Adeus - se despediu o Gideão de “ouro”.
                   O Gideão Waldemar nunca mais foi visto por aquelas bandas, mas plantou muita semente do amor com uma pequena Bíblia.
                   O jovem negrinho assim que o dia clareava saía para trabalhar, era um exímio engraxate e muito conversador e contava a todos os fregueses trechos do novo testamento, um tanto truncado, mas contava, Assim começaram a lhe chamar de Pastor Enferrujado.
                   Uma noite ele chegou em casa meio tarde e sua mãe preocupada perguntou:
--O que estava fazendo na rua até uma hora desta, não sabe que é muito perigoso.
--Mãe... Aqui em baixo, ali na avenida, junto da padaria tem uma Igreja Evangélica e eu estava ouvindo o Pastor ele dizia que temos que buscar a Deus e nossos sofrimentos se acabarão, nos podíamos ir lá amanhã escutar as coisas bonitas que ele fala.
--Nos não temos nem roupa para sair de casa.
--O pessoal que vai lá é pobre e não vão ligar para o jeito que está vestido.
--Eu vou levar a minha Bíblia, por falar nisto aonde ela esta?
--Sua irmã estava brincando com ela.
--Márcia aonde você colocou a Bíblia.
--Em baixo da cama,
                   Para desgosto do menino sua irmãzinha havia arrancado umas paginas e as rasgado, nervoso ele juntou os poucos pedaços e os colocou dentro da Bíblia e depois a abriu e leram nas folhas rasgados lindos trechos até que veio o sono e todos dormiram em baixo da paz de Deus.
                   No outro dia ao escurecer Ferrugem convenceu sua mãe a irem assistir o culto e lá se foram eles de ladeira abaixo, não tinha nada para ser roubado naquele barraco. Quando chegou à porta da igreja o culto estava começando, mas com receio de entrar ficaram olhando da porta, mas o pastor os viu e se comoveu e foi até eles e pegando a mãe pelo braço os conduziu até uns bancos vazios e os fez sentarem e muito se alegrou com isto e os convidaram a se juntarem a eles todos os dias para orarem a Deus.
                 Aquela família foi agraciada com o acolhimento de Deus, com a benção do Espírito Santo e o amor de Cristo e se tornaram crentes convictos e te hoje ainda o são, e graças aos irmãos da igreja a vida daquela família mudou completamente, construíram um novo barraco bem mais decente e com mais conforto, nunca mais faltou nada naquela casa, o Senhor zela de seus filhos.
                 Ferrugem cresceu dentro da doutrina cristã e todo dia lia os pedaços arrancados de sua bíblia e comovia a muitos que o ouvia e finalmente se tornou um Pastor de ovelhas e hoje é um missionário que anda pelo mundo pregando o evangelho. 
                --E o que aconteceu com o Pastor Enferrujado, por onde anda - perguntou um dos ouvintes.
                --Atualmente ele esta aqui em Angola e pregando o evangelho a todos os povos e gentios por mais distantes que esteja sempre acompanhado com a sua Bíblia rasgada e... Aqui esta ela – finalizou levantando a mão com grande sorriso mostrando a Bíblia rasgada.
                Todos compreenderam que era ele, o Pastor Enferrujado e missionário que ganhou o reino de Deus através do poder exercido por umas poucas folhas rasgadas de uma Bíblia que lhe foi presenteada por um Gideão de Ouro em uma noite de Natal.
                                     FIM
                                     *
Historias de Natal. IV...
                         Em...

“O Homem solitário”
               e  o
                   “Catador de papel”.


                   Era uma manhã fria de dezembro, era espera de Natal, o dia acabava de clarear, as flores daquele jardim balançavam suavemente fazendo o vento frio invadir os jornais com que aquele andarilho se cobria deitado num banco de cimento também gelado naquela bonita praça, mas um barulho ritmado de papel rasgando acordou o ainda jovem desviado que se desembrulhando da pilha de jornais que o cobriam deu de cara com um velhinho com uma sacola ao lado e uma vara com ponta coletando pedaços de papeis, sacos plásticos até ponta de cigarros e as jogava dentro do embornal.
                   O dorminhoco ainda nem tinha acordado direito, se espreguiçando como se estivesse em sua casa, olhou para o catador de papel e perguntou?
--Meu velho o que vocês está fazendo uma hora desta? O dia nem clareou direito?
--Ganhando a vida e você meu amigo o que faz deitado neste banco frio?
--Perdendo a vida.
--É, estou vendo – dizendo isto o velhinho se sentou na ponta do banco e começou a entabular conversa com aquele individuo de aparência boa e jovem, mas, mais sujo e fedorento do que um porco.
–Puxa vida você esta fedendo muito e esta muito sujo!
--É que não tenho lugar para morar e muito menos para banhar.
--Você quer ir até o meu barraco? Lá poderá se banhar e ate trocar de roupa e dormir numa cama pelo menos um pouco, vamos até lá é bem pertinho.
--Vou eu não tenho mesmo nada a perder!
                    Lá se foram os dois. No caminho o velhinho perguntou ao jovem, mas o que aconteceu contigo para viver deste jeito?
--Eu fiquei preso três anos, por que estava dirigindo bêbado e atropelei um rapaz, ele não morreu, mas se machucou muito e me condenaram por dirigir embriagado e atropelamento e não ter socorrido a vitima, já cumpri a pena, mas não tive coragem de voltar para casa e já estou ha um ano vagando.
--E sua mulher não lhe visitava na prisão?
--No começo ela me visitava toda semana, mas a justiça me transferiu para outro presídio muito longe daqui e ai ela não me encontrou mais, acho que ela pensa que eu morri.
 --Não, ela sabe que você esta vivo e já te perdoou-o há muito tempo e esta ansiosa para que você volte.
--Não, eu não tenho mais animo e nem coragem.
--Então tome um banho, troque de roupa, faça esta barba que o seu cabelo eu mesmo vou cortar, depois talvez você crie coragem.
--Mas por que você faz isto por mim?
                   O velho mostrou as roupas de natal e disse por que eu sou Papai Noel. Agora deixe me cortar seu cabelo
--Papai Noel e barbeiro.
--E cupido - Os dois riram.
                   No barraco havia varias roupas inclusive vestimentas de papai Noel o jovem banhou arranjou uma calça e uma camisa nova, um par de chinelos e quando viu a cama se deitou e dormiu só acordou já pelas seis horas da tarde jantou e o velhinho o convenceu a se vestir de Papai Noel e saírem juntos distribuído um monte de presentes que estavam guardados em sacos no barraco e assim o fizeram o jovem comentou:
                  --Vai ser até divertido – o velhinho se mostrou muito alegre vagaram pela a rua até que quando passaram em frente a uma casa o jovem se espantou e disse:
                 --É aqui que eu morava com minha família.
                 --Ela ainda mora aqui eu os conheço - e induziu jovem a entrar depois de muita persuasão e o jovem ao entrar deu de cara com um menino de sete anos que correu e o abraçou gritando:
                  --Mamãe o papai Noel chegou.
                  Ela veio correndo, mas ao se aproximar do visitante olhou em e seus olhos e reconheceu o marido e quis avançar para abraça-lo e gritar de alegria, mas ele com um gesto a impediu e ela o compreendeu. Ele deu um uma bicicleta de presente ao menino (que o outro Papai Noel tirou não se sabe de onde)
--Tome Carlinho este é o teu presente.
--Como sabe meu nome e como sabe que eu estava sonhando com uma bicicleta?
--Eu sempre estive em teus sonhos.
                   A mulher caminhou para junto do Papai Noel, abraçou e disse bem baixinho em seu ouvido:
--Vá distribuir o resto dos presentes e amanhã cedo estarei te esperando de porta aberta junto com seu filho para tomarmos o nosso café juntos. Feliz Natal meu amor.
                   Havia lagrima nos olhos dos dois.
                    E o Papai Noel dando sua clássica risada se despediu desejando a jovem e seu filho um Feliz Natal e um Prospero Ano Novo.
                    O jovem saiu e passou a noite junto com seu amigo entregando presentes e quando o dia amanheceu o velhinho lhe disse
--Tenho que ir catar papel tem mais gente dormindo nos bancos por ai e foi sumindo da vista do jovem que ao tentar voltar para o barraco que era bem em frente à casa dele encontrou em seu lugar uma linda casa com uma família morando bateu na porta e uma senhora apareceu dizendo:
--Bom dia e feliz Natal o que o Senhor precisa?
--Nada não só vim lhe desejar um feliz Natal.
--Obrigado meu jovem.
                   Atordoado com os acontecimentos atravessou a rua e de vez enquanto olhava para trás querendo entender o que teria acontecido com o barraco do Papai Noel, mas logo estava em frente a sua casa, sacudiu a cabeça como a querer esclarecer as coisas, mas antes de bater na porta ela se abriu e sua mulher o atendeu mandou o entrar e gritou: - Filhinho o Papai chegou vamos tomar café junto Hoje é um dia muito especial e feliz, e dia de Natal e abraçando o esposo beijou-o sussurrando em seu ouvido:
--Você é o maior presente de Natal que eu já ganhei.
                                            FIM
                                             *
      Histórias de Natal - V
 “Um caso de amor eterno”.

                 Aquela família pobre havia se mudado para Mato Grosso e estavam morando em uma posse as beiras da estrada da BR 158 num pequeno entroncamento.
                 Quando aqui chegaram compraram pedaço de chão sem documento e montaram um pequeno restaurante e vendiam umas garrafas de pinga, fumo e leite de duas vacas que tinham.
                 Ele, velho lutador tinha setenta e oito e ela a dona da casa embora cheia de artrite, teria uns setenta e dois anos, mas a pressão alta sempre lhe incomodava e para combatê-la usava o chá de alho, água de berinjela, suco da folha de algodão e muitas outras beberagens, até então tinha dado certo, pois continuava firma na faina de casa.                    
                 O casal vivia junto a cinquenta e seis anos e tinha uma prole muito grande, oito filhos, sendo, quatro mulheres e quatro homens todos casados e esparramados pelo mundo, dificilmente algum aparecia para visitá-los eram crentes não sabia em qual igreja, mas eram.
                 Um dia a coisa começou a desandar já esta perto do ano novo e certamente viria algum parente visitá-los, mas não foi o que aconteceu, numa tarde do penúltimo dia ano ela faleceu, estava sentada em uma cadeira e ali morreu sorrindo.
                 O nome dela era Sinhá Maria, e ele era conhecido por Masinho não que fosse mau, pois era uma alma muito amiga.
                 O velhinho desde a hora em que ela morrera, ficou triste e acabrunhado, simplesmente não chorava, mas sua alma estava em pandarecos, não podia admitir o que havia acontecido e assim pegou a viola e começou a cantar;



Nosso Senhor me perdoa,
Esta descrença malvada,
Tive uma vida tão boa,
Hoje não creio em mais nada,
Não canto mais ladainhas,
Nem faço mais oração,
Pois até crença que eu tinha,
Fugiu do meu coração,

Nosso Senhor que tristeza,
Quando regresso à tardinha,
Debruço e choro na mesa,
Lembrando a vida que eu tinha,

Minha choupana vazia,
Com a porta aberta para trás,
Não sabe que Sinhá Maria,
Não volta mais nunca mais,
Por Deus... Escuta Nosso Senhor,
Mande do céu, por favor,
Sinhá Maria “outra vez”.

                    Enquanto estava cantando viu um jovem parado a sua frente e lhe falou:
--Bom dia jovem, o que posso fazer para servi-lo?
--Nada eu apenas o conhecia e vim lhe dizer que você foi sorteado e ganhou um presente de Natal, mas o seu presente só vai chegar no dia 24 para 25 a meia noite.
--Que presente é este?
--Aguarde vou lhe levar em uma viagem muito bonita e vamos passar muitos dias juntos e você se alegrará bastante, será muito bom para você.
--Será mesmo? Que bom eu estou com muita vontade de dar um sumiço por uns tempos, mas não tenho dinheiro para lhe pagar.
--Não é preciso, alguém muito seu amigo já pagou a viagem.
--Quem é essa alma bondosa?
--Calma me espere até o dia de Natal eu volto para te buscar.
                   E lá se foi o jovem pela estrada a fora até sumir.
                   O velhinho acreditou a historia e se arrastou pelos meses afora a espera do dia da viagem.
Dois dias antes do Natal seguinte depois e um ano que a sua mãe havia sido enterrada seus filhos chegaram para visitar o velho pai e a sepultura da mãe.
                   Ele não contou nada sobre a viagem, pois os filhos iriam se decepcionar, eles chegam e o pai sai?
                   No dia aprazado, era ali pelas 23.45 horas da noite, todos aguardavam o velhinho que saiu de seu quarto vestido na melhor roupa e botina no pé e uma trouxa com algumas peças do lado.
                  Todos se espantaram.
--Uai pai o senhor vai viajar?
--Um amigo vem me buscar para fazer uma viagem com ele.
--Esperem mais um pouco que eu vou apresentá-lo a vocês.
--Para aonde o senhor vai?
--Ainda não sei, mas ele vai me contar daqui a pouco quando chegar.
--Só esperando para ver.
                   Não levaram a conversa do pai a sério e continuaram as reuniões, não fizeram festa alguma em louvar a mãe falecida, mas oravam bastante.
                   O Velhinho sentou-se na sua costumeiramente na cadeira de balanço de mogno e que ele mesmo fizera, colocou a mala na cadeira de balanço ali ao seu lado a qual a sua esposa em vida usava e a balançou.
                   A Meia noite em ponto houve muita alegria entre eles e chamaram o Pai
--É Natal pai venha receber o teu presente?
--Meus filhos, meu presente de Natal eu acabei de receber – e continuou – Adeus, estou saindo, fiquem tranquilos, eu estarei bem.
                  Ali ao seu lado estava o Jovem e Sinhá Maria de braços estendidos aguardando-o e pela primeira vez o velhinho molhou os olhos com lagrimas e correu a abraçar sua querida.
--Este é o seu presente de Natal meu amigo – falou o jovem.
--Obrigado, só sei falar isto. Gaguejou Masinho
--É o bastante – Feliz Natal para você dois.
                   Lá na casa o velhinho com um sorriso no rosto adormeceu para sempre, ninguém o viu partir, mas ele se foi na viajem para junto e com a sua amada.
--É – falou o neto de oito anos - acho que foi o vô quem ganhou o melhor presente de Natal.
--O que acha que ele ganhou?
--Ganhou a vovó.
--Como assim?
--Eu vi a vovó vir buscá-lo e seguiram os dois juntinhos e abraçados, eles acenaram para mim antes de sumirem num lugar muito limpo e muito bonito, é... Eu acho que o vovô e a vovó não vão mais voltar.         
                                        Fim.
                                         *
autor - Wolfgang Dankmar Gunther
Cel 66984071193- Porto Alegre do Norte MT.
 Agosto de 2017.                                          

                               *
Uma Historia de Natal.
Tudo se passou em uma pequena cidade no sertão brasileiro.
A Vila se chamava Cantinho do Céu”.
Era véspera de Natal, naquela emergente e pequena comunidade num canto perdido no seio do nosso imenso Brasil, viviam umas poucas dezenas de moradores e como não haviam ainda chegado as rodas do progresso cada um vivia do jeito que podia, comprando fiado, trocando objetos, fazendo prestações de serviços  e la se ia a vida  do jeito que eles gostavam,  mas um dia apareceu por lá um estranho que dizia se chamar Antônio de Tal um nome bem esquisito, que modificou a vida daqueles acomodados sertanejos.
  Chegando a cidade o estranho foi direto a única pensão daquela vila e se chegando a dona conhecida como Maria do Céu, perguntou:
            --A Senhora é a Maria do Céu dona da pensão?
           --Inho sim.
           --A senhora  conhece o senhor Juliano da Guia?
            --Inho sim eu o conheço.
            --A senhora sabe onde posso encontrá-lo?
            --Me desculpe perguntar quem é o senhor e pra que quer falar com ele?
            --Meu nome é Antônio e quero propor um negocio bom para ele, mas, só ele pode saber, me diga aonde posso  achá-lo?
            --Ele deve estar na posse do Pai, ou então no botequim do Aderbal.
            --A senhora quanto cobra por diária aqui na sua pensão?
            --Sem bóia é vinte reais;
Tudo bem então agora são oito horas e eu vou lhe adiantar cem reais, mas se até às doze horas eu o achar  eu  pego a condução de volta e assim a senhora me devolve os cem reais, mas se até esta hora  eu não aparecer a senhora pode usar o dinheiro, porque eu vou ficar aqui uns cinco dias, estamos entendido?
            --Inho sim pode ir sossegado, mas o senhor vai passar ao Natal aqui nesta Vila?
           --Se for preciso sim, mas esta vila é conhecida como um ”Um Cantinho do Céu”  precisa de lugar melhor para passar as festa de fim de ano?. E seguiu rua abaixo, em busca do tal  Da Guia, mas pouco depois, para surpresa da Maria do Céu uma gritaria danada mexeu com seus nervos, eis que sua empregada vinha correndo e chegou estafada dizendo:
            --Socorro Dona Maria do Céu a minha filha cortou o pé num caco de garrafa e ta numa sangueira danada e o douto mando eu vim pegar dinheiro pra comprá os remédios, depois a senhora desconta do meu salário.
            --E quanto ele pediu?
            --Pediu cem reais.
            --Lá se vai o dinheiro do home, - e passou a nota novinha para a empregada que voltou correndo para o ambulatório.
            Avexada entregou o dinheiro ao médico que o colocou no bolso da jaqueta, mas uma voz interrompeu o silencio era o dono da farmácia que estendendo a mão falou:
            --O Doutor esta se esquecendo de pagar a sua divida? Afinal não são só estes remédios que me deve e eu preciso receber.
            --Quanto lhe devo seu esculápio?
            --O senhor me deve exatamente cem reais.
            --Aqui esta o seu dinheiro – e Feliz Natal, e lá se foi a nota do estranho rolando de mão em mão, afinal ali todo mundo devia um para o outro..
            --Obrigado doutor e Feliz Natal pro senhor também.
           --Ao descer pela rua foi abordado por um cidadão que o segurando pelo braço lhe disse delicadamente:
            --Tá lembrado de mim meu amigo? Sabe que dia é hoje?
            --Há, você é o carpinteiro? Hoje é dia de Natal.
            --Sim, e eu lhe fiz as prateleiras de sua farmácia, mas o senhor esqueceu-se de me pagar.
            --Tudo bem quanto lhe devo?
            --Me deve cem reais.
            --Aqui esta o seu dinheiro e Feliz Natal seu Pedro Madalena– e entregou a famosa nota para seu novo dono, mas não parou ai, como este precisava comprar alimentos entrou em um armazém e foi dizendo:
            --Bom dia Seu Justiniano, Feliz Natal.
            --Bom dia seu Pedro, Feliz Natal para os seus, em que posso servi-lo?
            --Eu vim fazer uma compra, pois a coisa lá em casa esta preta.
            --Pois é seu Pedro, mas para eu lhe abrir um novo crédito o senhor tem que primeiro me pagar a divida  velha.
            --E quanto eu lhe devo?
            --Deixa ver – e abrindo uma caderneta balbuciou um bocado de números e falou – São cem reais.
            --Aqui esta o seu dinheiro e passou a nota para ao dono do armazém. Que a colocou no bolso da camisa.
            --Obrigado, mas o que vai precisar?
            -- Aqui esta a lista. Juntou tudo e pirou para sua casa para ainda festejar o dia de Natal.
--Lá no armazém o feliz senhor acariciava a nota quando... Uma voz mansa cortou os ares
            --Seu Justiniano eu vim aqui falar com o senhor.
            --Dona Maria!!!...Feliz Natal... A senhora é a mulher que lava a roupa lá de casa num é?
            --Sim senhor e preciso receber meu dinheiro.
            --Muito justo, mas quanto eu lhe devo?
            --São dois meses de lavação a cinquenta reais, entoces o senhor me deve cem reais.
            --Aqui esta o seu dinheiro- sorrindo tirou o dinheiro do bolso da camisa e entregou a velhinha que agradeceu e saiu de porta a fora.
            --Vige (lembrou a lavadeira) eu to devendo pra dona Maria do Céu e nunca  paguei, vo lá agora mesmo.
Chegando à pensão a Lavadeira ao avistar a dona seguidamente falou:
--Dona Maria do Céu, Feliz Natal para a senhora, eu vim trazer o dinheiro que lhe devo, aqui estão os cem reais, e entregou a nota.
A mulher pegou a nota, a olhou-a com leve sorriso nos lábios, foi quando alguém estendendo uma mão lhe pediu a nota a que a risonha mulher entregou e apanhando o dinheiro foi dizendo:
            --Obrigado por me devolver o dinheiro Dona Maria do Céu, eu achei seu Juliano e já me vou embora Feliz Natal para a senhora e para todos aqui da Vila.
            --Feliz Natal meu amigo, sua vinda aqui foi muito boa e serviu para muitos a sua passagem aqui na vila, agora todos vão passar um Natal mais tranquilo.
            --Como assim?
            --Estes cem reais que o senhor deixou aqui rodou pela Vila toda nas mãos de uns e de outros recebendo e pagando e acabou retornando ás minhas e agora às suas mãos e os devedores pagaram seus credores e estão todos muito alegres.
--Eu já previa que isto iria acontecer por esta razão eu vim até aqui lhe dei um prazo regular e fechei um bom negocio com o Senhor Juliano da Guia, ele vai montar uma pequena indústria aqui na sua Vila e vai haver bastante emprego e o dinheiro circulará mais fácil. É o progresso Dona Maria do Céu que vem chegando aos poucos. Adeus.
 Com um sorriso no rosto a extranho, parou o ônibus que ia passando e ao entrar acenou com a mão, quase gritando:
-- Feliz Natal do Maria do Céu.
--Adeus seu Antônio de que mesmo?
--Me chamam de Antonio, mas sou conhecido pelo apelido Bradesco. Inté outro dia.
--Inté seu Bradesco, volte sempre... E monologou: mas...qui nome???
--Fique tranquila eu já estou pensando em me mudar para cá Adeus.
--Vá com Deus e volte com Ele.
                   fim
Autoria de Wolfgang Dankmar Gunther.

Porto Alegre do Norte MT em 24 de dezembro de 2018


O Natal e a Oração.  VII

       Há muito tempo atrás, ai por 1989, neste distante sertão Mato-grossense, num recanto esquecido, um grupo de posseiros estavam instalados em suas pequenas áreas não longe uma da outra, e também tinham a visita periodicamente de índios Xavantes que não lhes eram hostis e sim bons amigos.
       Era mês de Dezembro, véspera de Natal,  e as chuvas continuavam ausentes há mais de três meses, as roças definhavam e os animais sofriam. Mas naquela noite o posseiro Minervino resolveu falar Comigo, e Eu ouviu o clamor de um homem que estava cansado, e ao escurecer, em sua  humilde tapera foi ao seu quarto e longe de todos,  ali junto da cama simplesmente  encostou seus joelhos no chão de barro  e fechando os olhos começou a orar.
                --Pai nosso que estas no céu...
                --EU respondi--Sim Meu filho estou aqui.
              --Espere   ai  meu  amigo, agora estou orando para Deus, por favor, não me atrapalhe.
                --Sim, EU não quero te atrapalhar, só o estou escutando, continue...
                 --Mas, quem é você que me interrompe?
                 --Ora  Meu  filho você  me chamou e EU vim te ouvir, prossiga...
                 --Você é Deus? Mas estou orando para Ele lá no céu.
           --Sim,     e    onde   você     acha que  EU estou? Estou onde os corações me chamam neste momento o céu esta dentro de você mesmo,... Continue a sua oração.
                --Santificado seja Vosso Nome...
                --E o que você faz para que Meu nome seja santificado?
              --Eu acredito   no Sinhô acredito em Jesus, sou religioso, sei que tira o cansaço do meu corpo, que me ajuda a zelar dos índios meus amigos,  das pessoas pobres que são meus vizinhos, porque sei que despreza-los é desprezar ao  Sinhô, mas, por favor,  mande chuva para as nossas roças,   para que venham a florescer os legumes para sustento  das nossas famílias,  faça a água voltar aos nossos poços já secos, e os definhados córregos a fluírem para vida dos peixes,  e o capim  renascer para o sustento de nossa criação, a pequena represa voltar a ter água para matar a se das criações,  livre as doenças de nossos corpos, e  ensina-nos amar ao próximo sem qualquer mancha no coração;
--Muito  bom mesmo, virar as costas aos pobres é o mesmo que virar as costas para Mim, mas só isto não basta para dar gloria ao Meu nome é preciso ser pelo menos parte do que EU sou e se comportar como um filho Meu. Eu existo porque você existe, entendes?   Sem EU vocês não existiriam e sem vocês EU não existiria,  como poderia EU existir para quem não existe?  O que seria da terra se o sol não existisse? Santifique-se a si próprio praticando boas ações e amando o seu semelhante e estará Me Santificando, o mais importante é que continue sempre orando, e EU cuidarei da tua roça para que teu celeiro  esteja sempre cheio, e teus amigos  índios sempre alegres,  e os pobres felizes...vamos ..prossiga na tua oração..
                 --Venha a nos o Vosso Reino...
             --Mas,  Eu  já vim   com Meu  reino, pois    todo aquele que crê em Mim e nas dissertações do Meu escolhido Jesus e permitem que habitemos  seu coração já tem o Meu reino dentro de si, mas aquele  que não Me recebe, jamais poderá entrar   para a vida eterna... Continue..
                 --Que seja feita a Vossa vontade aqui na terra como no Céu.
                 --Você sabe o que quer dizer isso?
            --Bem...   É fazer o que o Senhor gosta, mas, por favor, não complique muito as coisas,  aqui temos  como parceiros  o sofrimento e a humilhação, não somos tratados como seres humanos,  sofremos muito,  minha família padece de doenças, só insistimos em viver  por que temos Cristo como exemplo, nois vive porque o Sinhô nos abençoa, e se muitas vezes  deixamos de fazer  a Sua vontade  é porque não  dá para aguentar tanta injustiça.
             --Minha vontade é que nenhum de Meus filhos se perca e que todos sejam conduzidos ao Meu reino, pois o Pai ama o filho, mas se algum deles, investido de autoridade maltratar seu semelhante para ganhar o mundo perdera para sempre o Meu reino, portando sede humilde  como as pombas, mas prudente como as serpentes, porque para aqueles que vos tripudiarem  haverá  muito mais rigor para ele do houve para Sodoma e Gomorra, para os justos há muitas moradas em Minha casa, e cearão Comigo no esplendor da gloria eterna... prossiga...
            --O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
           --Nesse  pedido reside  a força do amor, lembra-te sempre das Minhas palavras e como já vos disse não deixarei faltar alimento na sua casa , mas não se esqueça  que nem só do pão vive o homem, mas de toda palavra que sai de Minha boca, reparta o que tens com quem precisa e tudo vos será multiplicado...continue
       --Perdoais    Sinhô   as nossa   dividas assim como nos perdoamos aos nossos devedores.
          --Você   sempre  cumpre o que fala? Perdoa mesmo as dividas e as ofensas de seus devedores? Ou os tem como inimigos? Vai e reconcilia com teu inimigo perdoando-lhes as ofensas ou as dividas se Eu te recompensarei em dobro.
           --Devo fazer isto até com os homens que querem me expulsar de minhas terras de meu cargo?
         --Todas   as   terras  do   mundo   são Minhas e, portanto de Meus filhos, são dos animais, das arvores são de todos. EU dei ao Meu povo eleito, através de Abraão a Canaã ou a Terra prometida, onde haveria de correr leite e mel, entretanto o que fizeram eles e seus descendentes até hoje? Continuam matando usando indevidamente o Meu nome e lutando por uma terra que nunca lhes pertencerão, pois EU os deserdei como preço da desobediência, pois só mansos e humildes de coração as herdarão e assim será até o dia do juízo final, viveram pelo Livre Arbítrio e pelo Livre Arbítrio serão julgados, mas tu pobre homem que estás junto a Mim EU velarei por ti e tua família e pelos teus amigos, vamos prossiga na tua oração..
                --Mas não nos deixai cair em tentação e livrai-nos de todo o mal, porque Teu é o reino e a gloria para todo o sempre.
          --Só   a  oração   constante  pode expulsar e a tentação, ore sempre, clame por Meu nome e do Meu escolhido Jesus a todo instante, não descuidais um só momento e dai graças por isto, e nenhum mal chegara até ti. E nem cairás em tentação...
                --Sabe de uma coisa Deus? Eu nunca havia maginado que a oração era uma coisa tão séria assim eu gostei de palestrá com vossa misse, espero que o Sinhô i eu continuemo bons amigos.
                 --Agora termine sua oração...
                 --Mas eu já terminei.
                 --Ainda falta alguma coisa.
                 --A sim... Agora me lembro... Amem.
                 --Você sabe o que quer dizer Amem?
                 --Não, só Amem.
                --Amem  quer dizer  “Assim seja”  isto  significa que concordastes com tudo que falaste, Meu     Filho   vede como  é   importante   e necessário vivermos em oração ela é o elo que nos liga, que nos tornam em uma só família guardem minhas palavras, e vivam eternamente felizes Estarei sempre te ouvindo, agora, vai  dorme em paz você Meu filho, e todos os teus.
--Pai boa noite e muito obrigado.
                 --Boa noite filho.
                 --(pausa final).
          Mal clareara o dia a Sia Romana sacudia o marido pidão para acordar.
          --Acorda meu véio, acorda -- Sacudia a dona mostrando uma dentadura quase perfeita não fosse faltando um dente na frente.
          --O que foi minha veia morreu alguém?
          --Não meu véio ocê dormiu feito um toco e num viu a chuvarada que deu e ainda esta chovendo e o céu todo cinzento e a cisterna ta cheia até na tampa. a represa t jogando água prá fora.  Que beleza de dia – sorriu alegre.
            --O cheimm, qui bom, o amigo é pau para toda obra.
            --O que ocê ta resmungando meu véio?
           --Dum amigo meu que nois conversemo e Ele me prometeu isto e muito mais, mas se nois fizé as coisas que Ele gosta.
            --Que amigo é este que deu um bonito Natal para nóis?
           --Aquele    lá de cima -- disse apontando o dedo para o céu concluiu -– nois tá afinado um cum o outro.
         --Obrigado meu Pai, muito obrigado mesmo. Feliz Natal para todos e viva o nosso Sinhô.
             Lá fora da casa a chuva caia mansamente, um galo soluçava em  meio aos filhotes das criações que  animados se deleitavam correndo e pulando alegres brincando na garoa. --Foi um Natal muito feliz.
            Final
                                               *
Encerrando...Aguardar novas publicações..






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