Serie Os Pioneiros IX
Jovem India Kamaiura
“A dor e a saudade moram juntos com a
solidão”.
§
O amor de minha querida”...
E inesquecível esposa Maria,
De minhas filhas, filhos, netos,
Netas, bisnetos e bisnetas. ,
Tataranetos e tatar
De meus dois irmãos ,
E de meus bons amigos
Que me gratificaram,
Com as suas presenças,
E, as, mais dóceis lembranças,
Foram estes os melhores presentes,
Que ganhei em toda a minha vida,
Fizeram-me recordar o nascer do sol,
E as caricias do luar e das estrelas,
Quando deitado em uma praia do rio Araguaia.
Porque o tempo é tão ingrato,
Tentando apagar tudo?
Porque quis me fazer esquecer,
A minha família? De meus amigos?
Às vezes até de Deus?
Porque quer me jogar na cela escura da
solidão?
Muitas vezes com apenas uma palavra,
Em um minuto de recordação,
Transportamo-nos
através do portal da eternidade,
E
vivemos momentos de indescritível
felicidade.
Obrigado,
beijos e abraços.
Seu
Esposo, seu Pai, seu Avô,
Seu Bisavô,
seu Tataravô e
seu Amigo.
Wdgh 2005.
§
Carta Poema dedicada ao Bispo
da Terra.
Dom Pedro Maria Casaldaliga Plá.
Disse: ELE eu não sou deste mundo,
Mas
vim para este mundo.
Disse
Pedro Maria:
Morrerei
em pé como as arvores,
Com
a minha morte,
Minha
vida se fará verdade.
Não
Pedro Maria...
Sua
vida sempre foi amor e verdade,
Mas,
ainda há muito que fazer,
É
glorioso descobrir que há luz em nosso caminho,
Nos
também não somos deste mundo,
Sou
seu irmão, foi o nosso PAI quem nos criou.
Viemos
para aprender e ensinar,
Olhe
para o céu, vejas as estrelas,
A
beleza das Plêiades e sua família,
Acompanhe
o andarilho fujão Arcturus,
A
ciumenta postura de Beteljeuse,
E a inveja de Rigel
que expele treze mil vezes,
tanta luz e calor como
o nosso Sol,
O
conglomerado de Hercules,
E
seus milhões de diamantes a faiscar,
A
grandiosidade de Orion e Roseta,
As
distantes Alfa-Centauro, Vega e Capela,
Os
planetas, os satélites e suas vinte Luas,
Terra,
Marte, Júpiter, Urano Saturno, Netuno,
Venus,
Plutão e Mercúrio.
São
miríades de hostes e galáxias,
Obras
incomensuráveis de um Só PAI e CRIADOR.
Acreditas
Pedro Maria, que só há seres inteligentes,
Aqui
neste pequeno e empoeirado mundinho nosso?
Não
Pedro Maria, há muito mais vida, mais alem,
São
milhões de mundo que não conhecem o pecado,
Portanto,
aventuremo-nos pelas avenidas estelares,
Buscando
o descanso tão decantado por ti! Pedro
Maria...
A
paz da instrução espiritual está inserida no
Trono
de Deus, junto à poderosa fonte,
Que
supre o poder e Luz que opera este,
Magnífico
mecanismo que é o Universo!
O
montante de energia é incalculável.
Para
o nosso pequeno recanto empoeirado,
O
nosso carente sol só fornece um fluxo regular
De
energia, igual a quatro centilhões de H.P.
É
apenas um entre dez bilhões de sois.
Pedro
Maria,
Calcule
então, qual é a prodigiosa energia,
Que
deve ser usada, para conservar e manter,
O
mecanismo do Universo em movimento.
Como
deve ser o poder daquela Mão!
Que
dá corda à tremenda fonte! Num Universo todo,
Que
nunca teve começo e nem fim!
É
um paraíso vivo, em que tudo nele tem vida.
Não
se podem afrouxar os laços de Orion.
E
nem manter unidas as três estrelas,
As
irmãs Mintaka, Alnilan e Alnitak,
As
duas, das três primeiras andam juntas,
Mas
pode se ver a olho nu a rebelde Alnitak,
Distanciar-se
para o leste a ponto de deformar
O
triangulo perfeito, mas ela se autogoverna,
Vai
para aonde quer e do jeito que quiser,
Vede
Pedro Maria... Até as estrelas tem vida própria.
Deus
escreveu a historia da criação e da onipotência,
Nas
maravilhosas obras naturais com que nos rodeou,
Vá
Pedro Maria,
Vá
ardilosa Raposa do Araguaia,
Vá
para uma praia do teu rio, numa noite escura,
Poderás
ver a grandiosa obra do Pai,
Olhe
para o azul do céu e veja a beleza irradiante, Obscuros
serão os olhos que não as verem,
E
frio o coração que não se extasiar,
Ao
vislumbrar as maravilhosas hostes celestiais,
Que
miríades enfeitam o suntuoso azul,
Medita
Pedro Maria, escutas teu coração,
E
encontraras em ti o teu verdadeiro valor,
Pedro
Maria... Um filho do Criador.
Tens
muito a fazer na luta a que viestes,
Para
se conseguir paz, justiça, amor e liberdade,
É
preciso haver lugar para todos, sem privilégios de uns,
Afinal,
somos todos irmãos filhos de um só Criador,
Levante
sua voz, clame aos quatro ventos,
Não
se quede calado e impotente, pois amigo...
Pedro
Maria... Lembre-se que...
“O
espaço e o tempo assim como a onipotência,
e a onisciência são inescrutáveis”.
Portanto,
levanta-te Pedro Maria, e vá à luta,
Há
muita gente precisando de ti...
Jesus
está contigo... E... Eu também...
Wdgh. 2012
§
O
Araguaia.
O crepúsculo, a solidão,
Vejo a água espelhada,
Não me sai a palavra
No silêncio... Taciturno,
Há paz em meu coração,
A lua tal ser mirabolante,
A negridão da água penetra,
E buscando o seu seio arfante
O dardo da vida acerta,
E o cansaço estafante,
De meu corpo deserta.
Tu Araguaia,
Orgulhoso e imponente,
Que em suas belas praias,
Banha a musa docemente,
Bela obra do Criador,
È a Sua morada certamente,
O barqueiro que te ama,
O ribeirinho que te adora,
Acende-lhes na alma a chama,
É a lagrima que chora,
Rolando para o teu meio,
A pequenina gota salgada,
Mora em teu seio,
Gerando a vida amada.
Araguaia sonho irreal e distante,
Nevoas de um mundo fascinante,
A viver longe de ti,
Lanha a carne a dor lancinante,
Neste mundo louco em que vivi,
É melhor a morte em um instante,
A sofrer como sofri.
A Lenda do Berorrocan,
A beleza do Morená,
A serra do Roncador,
Ali Kananchue esta a morar,
E, se eu tiver que partir,
A Minha alma cansada,
Em teu seio junto com Ele.
Certamente terá sua ultima morada.
Pingo água fascinante,
És a lagrima do Senhor,
Em teu seio, Milhões de diamantes,
No azul do manto, o esplendor,
Ao céu se transporta em um instante,
Tal estrela fulgurante,
É a vida Eterna, É o Criador.
Wdgh.2002
§
“Flor
do sertão” .
Menina sapeca,
Cria do Sertão,
Rosa, flor desabrochando,
Brinca, ri, e sofre desde então,
Diamante na vida forjado,
Agora moça nova bonita,
Rapariga meiga, seio arrojado,
Gazela ligeira e arisca,
Flor menina, flor do prado.
Na vida doce da ilusão,
Agita dentro á mocidade,
Tal fêmea busca o seu ninho,
Um fogo interno a invade,
Inquieta o corpo lança,
Nas sendas das aventuras,
Perde-se por promessas e juras,
Perde-se pela grande cidade.
Hoje flor mulher,
No jardim da amargura,
Olha pela porta e espera,
Um amante sequer,
Triste coitada anseia,
Por uma noite de amor desespera,
Ferve-lhe o sangue na veia.
Não sabe mais orar,
Nem tem forças para pedir,
Resta apenas lembrar,
Aquela menina alegre a sorrir,
Sapeca correndo a brincar.
Magra, abatida pela sorte.
Rosinha, pobre desventurada,
Lembra sua terra longe,
Tempo de criança encantada,
Triste pede descanso na morte,
Talvez deixando esta vida amargurada,
Bem no fundo do chão,
Terá paz sua alma torturada.
Hoje, vestido rasgado,
Filho sem pai, nascido do amor,
Terá o mesmo destino negro?
Cheio de ódio e pavor?
Não... Não... Rosinha vai voltar,
Agradece a Deus lhe Ter atendido.
Fica ai Rosinha,
Junto com o teu verdadeiro amor,
Se ainda sonhas com doces
aventuras,
Sonha com teu travesseiro,
Agradece ao Senhor que te
amparou,
Pensa nas outras que não mais
voltarão,
Vede como sois feliz, pois Ele te Amou,
E elas, as outras Rosinhas?
Certamente Ele também as perdoou,
Na parede um quadro,
Que enfeitando a felicidade dizia
Assim:
“Se a Rosa morasse no vale,
Ele estaria cheio de amor,
E este mundo seria um paraíso,
Repleto desta flor”.
FIM
Wdgh 2002
§
Peão do Trecho
Oferecido ao Padre Jentel o protetor dos humildes.
. “Peão do trecho”
Estrela solitária do nordeste,
Tens a sina do deserto,
Sem rumo, sorte relegada,
A terra prometida?
Nunca a vereis por certo.
Peão do trecho, sem destino,
Resto de migrante perdido,
Andas e andas sem parada,
Caminheiro sem rumo definido,
É tu o pó da estrada?
Na mata, braço forte, o machado,
Lenha a arvore com fervor,
Na alma pobre, maltrapilho,
No rosto tristeza estampada,
Lembra
a mãe que chora o filho,
Lembra que apenas é o pó da estrada.
Sua alma inquieta agoniza,
Lembrando
seu rincão natal,
Dentro desespero enfada,
No álcool, sua dor suaviza,
Com o sabor insípido do sal,
Lembra que é apenas o pó da estrada,
A violência tal espinho,
Fere a carne, solta a vida,
No chão a taça derramada,
Vermelho o sangue tal vinho,
Mancha o pó da estrada.
Quem morreu?
Pergunta o andarilho passante,
Ninguém não seu moço,
Esse ai não valia nada,
Era apenas um peão do Trecho,
Era apenas o pó da estrada.
Fim
Wdgh 2002
§
A Rosa
e os abrolhos.
Pedregulhos e
lamas...
Na pequena estrada
trilheiro,
Passos andantes de
pés,
Buscam ao longe o
destino,
Como andarilhos sem
rumo,
Maltrapilhos
caminheiros,
Ao revés da sorte forasteiros,
Coração de amor
braseiro.
Bem na curva do mosteiro,
Um pé de Ipê roxo
altaneiro,
Sobre sua guarda
esconde,
Entre os abrolhos
espinheiros
Uma rosa solitária
nasceu,
E uma historia
floresceu.
Há muitos tempos,
Um caminheiro
solitário,
Naquela curva
descansou,
Vendo os abrolhos
florando,
E no meio um
pequenino broto,
Despontava
fragilmente.
O homem se
compungiu,
E o pequenino que nascia,
Com suas mãos
acariciou,
A receber o calor
humano,
Uma bela flor
brotou.
Era uma rosa
vermelha,
Conhecida como a
rosa de Sharon,
Buscando a luz da
vida,
Do rosto
enternecido,
De seus olhos
lagrimas rolaram,
Regando a planta
agradecida.
A Rosa cresceu
solitária,
Bem na beira do
caminho,
Forte nunca
murchou,
Sobre a proteção e
carinho,
Do Ipê roxo e das
aves,
Que moravam em seu
ninho.
Mas a tribulação a
encontrou,
E num forte
vendaval,
Um galho quebrou,
E sobre a rosa
caiu,
Mas uma ave que a
tudo assistia,
Num vou rasante o
galho arrebatou,
Seguidamente a Águia
voltou,
E do alto da copa
da arvore,
Com um olhar
protetor
A Rosa vigiou
Diz à lenda que o
andarilho,
Que a rosa
acariciou,
Era Jesus o
Salvador,
Que aquele linda
rosa abençoou.
Fim
Wdgh 2009
§
A oração de Severiano...
Pelos caminhos da Vida...
Obrigado Senhor... Pelas coisas que conheci,
Por ter me emprestado este mundo para viver,
Pelas suas maravilhosas matas com seus grotões,
Carregando águas límpidas e cristalinas,
Tão puras como a própria natureza.
Pela exuberância de suas arvores centenárias,
Que pareciam alcançar os céus abraçando as nuvens,
Que pairavam sobre suas copas,
Pelos frutos de inimagináveis sabores nunca dantes conhecidos,
Pelas aves perambulantes saltitando pelos galhos,
Com seus cantos maviosos se mesclavam a ruídos inebriantes,
Pelas flores e orquidáceas com suas multicores
Enfeitavam com ternura o ambiente circundante,
Obrigado Senhor... Pelos campos silvestres onde a gazela arisca,
Envolve-se em trejeitos de flor da campina.
Pelos cerrados que tal criança em evolução zela suas raízes.
Pelos arbustos com seus frutos dormitando junto as nascentes,
E pelas palmeiras e coqueiros que enfeitavam o eterno verde,
Junto aos olhos d'água onde brotavam a seiva da vida,
Transparente imácula vão á busca dos riachos,
Junto aos ribeirões finalmente enlaçados com o rio,
Num abraço fraternal retornam ás suas origens,
Obrigado Senhor... pelas belíssimas e saudosas praias,
Onde nas noites calmas e sem a luz das cidades,
Pode-se olhar às miríades de estrelas brilhando no céu,
Acompanhadas por um inebriante e apaixonado luar,
Trazendo a caricia da brisa num toque leve e suave,
Revelando um suntuoso mundo de paz e harmonia.
Os peixes alegres brincam saltitando nas águas,
Encantados com os magníficos reflexos estelares.
Pelo sol prestimoso que nos aquece e ilumina.
Pelo vento que sopra e nos trás a brisa,
Não se sabendo de onde vem, e nem para aonde vai,
Até então tudo era harmonia, tudo era paz.
Mas... Perdoe Senhor. A raça humana pecou ao não saber,
Agradecer a esta oblação e, passaram a conspurcar as Suas Obras,
Os ares estão infestados de gases poluentes e as chuvas,
Já não são mais de água pura e sim levemente acidas,
Oriundos das chaminés das fabricas e da volatilização das lavouras,
Saturadas de venenos químicos que penetram no solo afetando,
Impiedosamente os microrganismos, que recuperam a terra,
Na sequencia estes mesmos beligerantes químicos estão extinguindo,
Os veículos da polinização como as abelhas e outros insetos,
E a flora se queda em declínio, na continuidade estes venenos,
Ao se infiltrarem, nos lagos e nas águas ribeirinhas as contaminam,
Exterminando os alevinos não permitindo a reprodução das espécies.
Triste herança... Que deixaremos para nossos filhos e netos.
Meu Senhor... Como tudo mudou, já não há mais a paz no campo,
As nossas águas cristalinas se envenenaram,
As nossas matas e cerrados estão virando planícies nuas,
Onde só brotam abrolhos e ervas daninha,
Não mais existem os suntuosos sertões,
Onde todos tinham ao seu habitat e a uma vida livre.
Já não existe mais os campos floridos,
Nem beleza do planalto da serra do roncador,
O nosso cerrado, que tinha apenas experiência de criança,
Zelava seus organismos impiedosamente massacrados,
Pelas maquinas dos senhores feudais que na sequencia,
Expulsaram a fauna silvestre e queimaram pelo fogo,
As esperanças dos pequenos animais que desapareceram nas cinzas.
Agora restam poucos a vaguear por terrenos devastados.
Senhor... Os sobreviventes usam da piedade do sertanejo,
E vão matar a fome junto com as galinhas nos terreiros,
Das pequenas propriedades, assim também um lobo Guara,
Solitário procurava sobreviver entre as intrusões e seu recanto.
Sentia o cheiro da comida na cozinha do alienígena.
Mas o casarão de alumínio e o asfalto limitavam a sua ousadia.
Ficava do outro lado da estrada apenas olhando os galpões,
Mas se quedava assustado e não se atrevia chegar perto,
Apenas servia de agradável surpresa aos transeuntes passantes,
Mas um dia, algum perverso o matou, bem ali junto do asfalto.
Bem ali junto da cidade irmã Porto Alegre do Norte.
Em senhores feudais donos do mundo milionário,
Habilidosamente, arrendam a terra de terceiros menos avisados,
As usam dilapidando e sugando toda vigor fertilizante,
Para depois as devolverem enfraquecidas terras em agonia,
Sufocadas pela acides que aflora e as abandonam,
Dilapidadas e inservíveis, na solidão nua ao sol.
Os buritizais a beira dos brejos foram sacrificados,
As dezenas tombaram ante a arrogância impiedosa,
Dos alienígenas ainda com os cachos cheio de frutos.
Terra dantes verdes se transformaram em deserto,
Os nossos cerrados breve serão mares de areia sem vida.
A lei do mais poderoso ainda prevalece,
Tumultuando a vida dos sertanejos e a dos índios,
O pobre só tem ao Senhor e a eternidade.
Talvez um dia á sombra de outro pé de tamboril ou pequizeiro,
Neste nosso sertão devastado, antes do final dos tempos,
Eu ainda possa escrever mais alguma coisa,
Sobre um passado maravilhoso que nunca mais há de voltar.
Um passado onde todos tinham um pedaço de terra,
E não existia a usura, um passado feliz cheio de canções,
Que falavam de amor e fraternidade.
Um passado onde os filhos moravam a vida toda junto aos pais.
Os índios e sertanejos se respeitavam.
O ser humano amava e respeitava a natureza.
Um passado sem vilões ou violências.
Um passado cheio de lendas, esperanças, e muito amor.
Numa maravilhosa herança deixada pelo “Criador do Universo".
Certamente o Senhor ainda mora aqui no rio Araguaia,
"Senhor abençoe estes trez povoados irmãos, agora cidades
Mato Verde (luciara), São felix do Araguaia e Porto Alegre do Norte",
Frutos da mesma aventura, dos mesmos homens que buscavam
A tão sonhada Terra Prometida e as encontraram,
Mato Verde (luciara), São felix do Araguaia e Porto Alegre do Norte",
Frutos da mesma aventura, dos mesmos homens que buscavam
A tão sonhada Terra Prometida e as encontraram,
Onde hoje vivemos irmanados, repletos de paz e amor,
Porque acreditamos em TI e sabemos que Existes.
Nos perdoe Pai e nos abençoe. Amem.
Wdg/Ssn.
ELE a levou...
Dedicado a Maria
Paciente Gunther.
*
Jovem, gazela arisca,
ligeira, tal flor da campina,
Quando a conheci, me
transbordei em alegrias,
Inebriados por longo
tempo vivemos a dois,
Enfeitavam a minha alma
quimeras e fantasias,
Para mim, meu amor, era
ela... a luz do dia,
Ternuras mil ofuscavam
nossos jovens corações
Exarando o perfume das
rosa, a fragrância da alegria,
Sonhos de ternuras e abdicação
num farto lar,
Escondia a felicidade na
mais doce utopia,
De oito pequenas crianças,
alegres a brincar.
Até que um dia... ELE,
de repente, me a tomou,
Minha Maria se foi para
muito longe... Além,
Suspiro...
O abismo do sofrimento em
mim se aportou,
Momento de agonia e dor,
eu morri também,
Hoje faz dez anos que curto
a minha solidão,
Clamo grito, ninguém
responde tudo em vão,
Não tenho mais carinho,
amor ou felicidade,
Lanha a carne a dor lancinante.
Sofro por amar,
Na estrada da vida busco-a
na rua da saudade,
Mas ela... A minha sinhá, não consigo encontrar.
Viver na solidão é
morrer a todo instante,
Sem ter alguém para
dividir, para abraçar,
Não vale a pena viver
tão triste nostalgia,
Os que dela saíram paradas
outras arribaram,
Nas azas inebriantes do ardiloso novo mundo,
Estão aos poucos na
doce lida a me descartar,
Assim, só, na calada da
noite, na escuridão do dia,
Busco a todo instante
uma palavra com o Pai,
Senhor por que fez isto?
Devolva-a para mim!
Mas calado ELE se queda
na certa não vai,
Por longos anos decaio nesta
amargura sem fim.
Pedi ao Pai permitir ao
menos com ela sonhar,
Ledo engano, mas o meu
consolo é a certeza,
De que muito em breve a
ela irei me juntar,
Mas se isto não acontecer,
Pelos
menos eu quero enquanto viver,
De essa esperançosa
mentira me alimentar.
Wolfgang Dankmar Gunther
§
Ana Victoria...
Conversando com Deus...
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