sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Poemas, poesias e prosas..

Serie Os Pioneiros IX


Jovem India Kamaiura 

               Poemas, versos, poesias e  prosas...

Doces Recordações.

Uma história de Vida”.
“A dor e a saudade moram juntos com a solidão”.
                     §
O amor de minha querida”...
E inesquecível esposa Maria,
De minhas filhas, filhos, netos,
Netas, bisnetos e bisnetas. ,
Tataranetos e tatar
De meus dois  irmãos ,
E de meus bons amigos
Que me gratificaram,
Com as suas presenças,
E, as, mais dóceis lembranças,
Foram estes os melhores presentes,
Que ganhei em toda a minha vida,
Fizeram-me recordar o nascer do sol,
E as caricias do luar e das estrelas,
Quando deitado em uma praia do rio Araguaia.
Porque o tempo é tão ingrato,
Tentando apagar tudo?
Porque quis me fazer esquecer,
A minha família? De meus amigos?
Às vezes até de Deus?
Porque quer me jogar na cela escura da solidão?
Muitas vezes com apenas uma palavra,
Em um minuto de recordação,
 Transportamo-nos através do portal da eternidade,
 E vivemos  momentos de indescritível felicidade.
 Obrigado, beijos e abraços.
 Seu Esposo, seu Pai,  seu Avô,
 Seu Bisavô,  seu Tataravô e seu  Amigo. 

    Wdgh  2005.

                                 §

Carta Poema dedicada ao Bispo da Terra.
Dom Pedro Maria Casaldaliga Plá.

Disse: ELE eu não sou deste mundo,
Mas vim para este mundo.
Disse Pedro Maria:
Morrerei em pé como as arvores,
Com a minha morte,
Minha vida se fará verdade.
Não Pedro Maria...
Sua vida sempre foi amor e verdade,
Mas, ainda há muito que fazer,
É glorioso descobrir que há luz em nosso caminho,
Nos também não somos deste mundo,
Sou seu irmão, foi o nosso PAI quem nos criou.

Viemos para aprender e ensinar,
Olhe para o céu, vejas as estrelas,
A beleza das Plêiades e sua família,
Acompanhe o andarilho fujão Arcturus, 
A ciumenta postura de Beteljeuse,
E a inveja de Rigel  que expele treze mil vezes,
tanta  luz e calor como o  nosso Sol,
O conglomerado de Hercules,
E seus milhões de diamantes a faiscar,
A grandiosidade de Orion e Roseta,
As distantes Alfa-Centauro, Vega e Capela,
Os planetas, os satélites e suas vinte Luas,
Terra, Marte, Júpiter, Urano Saturno, Netuno,
Venus, Plutão e Mercúrio.
São miríades de hostes e galáxias,
Obras incomensuráveis de um Só PAI e CRIADOR.

Acreditas Pedro Maria, que só há seres inteligentes,
Aqui neste pequeno e empoeirado mundinho nosso?
Não Pedro Maria, há muito mais vida, mais alem,
São milhões de mundo que não conhecem o pecado,
Portanto, aventuremo-nos pelas avenidas estelares,
Buscando o descanso tão decantado por ti!  Pedro Maria...
A paz da instrução espiritual está inserida no
Trono de Deus, junto à poderosa fonte,
Que supre o poder e Luz que opera este,
Magnífico mecanismo que é o Universo!
O montante de energia é incalculável.
Para o nosso pequeno recanto empoeirado,
O nosso carente sol só fornece um fluxo regular
De energia, igual a quatro centilhões de H.P.
É apenas um entre dez bilhões de sois.

Pedro Maria,
Calcule então, qual é a prodigiosa energia,
Que deve ser usada, para conservar e manter,
O mecanismo do Universo em movimento.
Como deve ser o poder daquela Mão!
Que dá corda à tremenda fonte! Num Universo todo,
Que nunca teve começo e nem fim!
É um paraíso vivo, em que tudo nele tem vida.
Não se podem afrouxar os laços de Orion.
E nem manter unidas as três estrelas,
As irmãs Mintaka, Alnilan e Alnitak,
As duas, das três primeiras andam juntas,
Mas pode se ver a olho nu a rebelde Alnitak,
Distanciar-se para o leste a ponto de deformar
O triangulo perfeito, mas ela se autogoverna,
Vai para aonde quer e do jeito que quiser,
Vede Pedro Maria... Até as estrelas tem vida própria.

Deus escreveu a historia da criação e da onipotência,
Nas maravilhosas obras naturais com que nos rodeou,
Vá Pedro Maria,
Vá ardilosa Raposa do Araguaia,
Vá para uma praia do teu rio, numa noite escura,
Poderás ver a grandiosa obra do Pai,
Olhe para o azul do céu e veja a beleza irradiante,                                                                                 Obscuros serão os olhos que não as verem,
E frio o coração que não se extasiar,
Ao vislumbrar as maravilhosas hostes celestiais,
Que miríades enfeitam o suntuoso azul,
Medita Pedro Maria, escutas teu coração,
E encontraras em ti o teu verdadeiro valor,
Pedro Maria... Um filho do Criador.

Tens muito a fazer na luta a que viestes,
Para se conseguir paz, justiça, amor e liberdade,
É preciso haver lugar para todos, sem privilégios de uns,
Afinal, somos todos irmãos filhos de um só Criador,
Levante sua voz, clame aos quatro ventos,
Não se quede calado e impotente, pois amigo...
Pedro Maria... Lembre-se que...
“O espaço e o tempo assim como a onipotência,
 e a onisciência são inescrutáveis”.
Portanto, levanta-te Pedro Maria, e vá à luta,
Há muita gente precisando de ti...
Jesus está contigo...  E... Eu também...
 Wdgh. 2012                                      

                    §              

O Araguaia.


O crepúsculo, a solidão,
Vejo a água espelhada,
Não me sai a palavra
No silêncio... Taciturno,
Há paz em meu coração,
A lua tal ser mirabolante,
A negridão da água penetra,
E buscando o seu seio arfante
O dardo da vida acerta,
E o cansaço estafante,
De meu corpo deserta.

Tu Araguaia,
Orgulhoso e imponente,
Que em suas belas praias,
Banha a musa docemente,
Bela obra do Criador,
È a Sua morada certamente,
O barqueiro que te ama,
O ribeirinho que te adora,
Acende-lhes na alma a chama,
É a lagrima que chora,
Rolando para o teu meio,
A pequenina gota salgada,
Mora em teu seio,
Gerando a vida amada.

Araguaia sonho irreal e distante,
Nevoas de um mundo fascinante,
A viver longe de ti,
Lanha a carne a dor lancinante,
Neste mundo louco em que vivi,
É melhor a morte em um instante,
A sofrer como sofri.
A Lenda do Berorrocan,
A beleza do Morená,
A serra do Roncador,
Ali Kananchue esta a morar,
E, se eu tiver que partir,
A Minha alma cansada,
Em teu seio junto com Ele. 
Certamente terá sua ultima morada.

Pingo água fascinante,
És a lagrima do Senhor,
Em teu seio, Milhões de diamantes,
No azul do manto, o esplendor,
Ao céu se transporta em um instante,
Tal estrela fulgurante,
É a vida Eterna, É o Criador.

Wdgh.2002

                             §
Flor do sertão” .
Menina sapeca,
Cria do Sertão,
Rosa, flor desabrochando,
Brinca, ri, e sofre desde então,
Diamante na vida forjado,
Agora moça nova bonita,
Rapariga meiga, seio arrojado,
Gazela ligeira e arisca,
Flor menina, flor do prado.

Na vida doce da ilusão,
Agita dentro á mocidade,
Tal fêmea busca o seu ninho,
Um fogo interno a invade,
Inquieta o corpo lança,
Nas sendas das aventuras,
Perde-se por promessas e juras,
Perde-se pela grande cidade.

Hoje flor mulher,
No jardim da amargura,
Olha pela porta e espera,
Um amante sequer,
Triste coitada anseia,
Por uma noite de amor desespera,
Ferve-lhe o sangue na veia.
Não sabe mais orar,
Nem tem forças para pedir,
Resta apenas lembrar,
Aquela menina alegre a sorrir,
Sapeca correndo a brincar.

Magra, abatida pela sorte.
Rosinha, pobre desventurada,
Lembra sua terra longe,
Tempo de criança encantada,
Triste pede descanso na morte,
Talvez deixando esta vida amargurada,
Bem no fundo do chão,
Terá paz sua alma torturada.
Hoje, vestido rasgado,
Filho sem pai, nascido do amor,
Terá o mesmo destino negro?
Cheio de ódio e pavor?
Não... Não... Rosinha vai voltar,
Agradece a Deus lhe Ter atendido.

Fica ai Rosinha,
Junto com o teu verdadeiro amor,
Se ainda sonhas com doces aventuras,
Sonha com teu travesseiro,
Agradece ao Senhor que te amparou,
Pensa nas outras que não mais voltarão,
Vede como sois  feliz, pois Ele te Amou,
E elas, as outras Rosinhas?
Certamente Ele também as perdoou,
       Na parede um quadro,
Que enfeitando a felicidade dizia Assim:
“Se a Rosa morasse no vale,
Ele estaria cheio de amor,
E este mundo seria um paraíso,
Repleto desta flor”.       

                  FIM
       Wdgh 2002
                                §

     Peão do Trecho
Oferecido ao Padre Jentel o protetor dos humildes.
 

. “Peão do trecho”    

Estrela solitária do nordeste,
Tens a sina do deserto,
Sem rumo, sorte relegada,
A terra prometida?
Nunca a vereis por certo.
Peão do trecho, sem destino,
Resto de migrante perdido,
Andas e andas sem parada,
Caminheiro sem rumo definido,
É tu o pó da estrada?

Na mata, braço forte, o machado,
Lenha a arvore com fervor,
Na alma pobre, maltrapilho,
No rosto tristeza estampada,
Lembra a mãe que chora o filho,
Lembra que apenas é o pó da estrada.

Sua alma inquieta agoniza,
Lembrando seu rincão natal,
Dentro desespero enfada,
No álcool, sua dor suaviza,
Com o sabor insípido do sal,
Lembra que é apenas o pó da estrada,

A violência tal espinho,
Fere a carne, solta a vida,
No chão a taça derramada,
Vermelho o sangue tal vinho,
Mancha o pó da estrada.
Quem morreu?
Pergunta o andarilho passante,
Ninguém não seu moço,
Esse ai não valia nada,
Era apenas um peão do Trecho,
Era apenas o pó da estrada.

Fim
Wdgh  2002

                         §
A Rosa e os abrolhos.     

Pedregulhos e lamas...
Na pequena estrada trilheiro,
Passos andantes de pés,
Buscam ao longe o destino,
Como andarilhos sem rumo,
Maltrapilhos caminheiros,
Ao revés da sorte forasteiros,
Coração de amor braseiro.

Bem na curva do mosteiro,
Um pé de Ipê roxo altaneiro,
Sobre sua guarda esconde,
Entre os abrolhos espinheiros
Uma rosa solitária nasceu,
E uma historia floresceu.

Há muitos tempos,
Um caminheiro solitário,
Naquela curva descansou,
Vendo os abrolhos florando,
E no meio um pequenino broto,
Despontava fragilmente.

O homem se compungiu,
E  o pequenino que nascia,
Com suas mãos acariciou,
A receber o calor humano,
Uma bela flor brotou.

Era uma rosa vermelha,
Conhecida como a rosa de Sharon,
Buscando a luz da vida,
Do rosto enternecido,
De seus olhos lagrimas rolaram,
Regando a planta agradecida.

A Rosa cresceu solitária,
Bem na beira do caminho,
Forte nunca murchou,
Sobre a proteção e carinho,
Do Ipê roxo e das aves,
Que moravam em seu ninho.

Mas a tribulação a encontrou,
E num forte vendaval,
Um galho quebrou,
E sobre a rosa caiu,
Mas uma ave que a tudo assistia,
Num vou rasante o galho arrebatou,
Seguidamente a Águia voltou,
E do alto da copa da arvore,
Com um olhar protetor
A Rosa vigiou

Diz à lenda que o andarilho,
Que a rosa acariciou,
Era Jesus o Salvador,
Que aquele linda rosa abençoou.

Fim  
Wdgh 2009
    
                         §

A oração de Severiano...
Pelos caminhos da Vida...

Obrigado Senhor... Pelas coisas que conheci,
Por ter me emprestado este mundo para viver,
Pelas suas maravilhosas matas com seus grotões,
Carregando águas límpidas e cristalinas,
Tão puras como a própria natureza.
Pela exuberância de suas arvores centenárias,
Que pareciam alcançar os céus abraçando as nuvens,
Que pairavam sobre suas copas,
Pelos frutos de inimagináveis sabores nunca dantes conhecidos,
Pelas aves perambulantes saltitando pelos galhos,
Com seus cantos maviosos se mesclavam a ruídos inebriantes,
Pelas flores e orquidáceas com suas multicores
Enfeitavam com ternura o ambiente circundante,

Obrigado Senhor... Pelos campos silvestres onde a gazela arisca,
Envolve-se em trejeitos de flor da campina.
Pelos cerrados que tal criança em evolução zela suas raízes.
Pelos arbustos com seus frutos dormitando junto as nascentes,
E pelas palmeiras e coqueiros que enfeitavam o eterno verde,
Junto aos olhos d'água onde brotavam a seiva da vida,
Transparente imácula vão á busca dos riachos,
Junto aos ribeirões finalmente enlaçados com o rio,
Num abraço fraternal retornam ás suas origens, 

Obrigado Senhor... pelas belíssimas e saudosas praias,
Onde nas noites calmas e sem a luz das cidades,
Pode-se olhar às miríades de estrelas brilhando no céu,
Acompanhadas por um inebriante e apaixonado luar,
Trazendo a caricia da brisa num toque leve e suave,
Revelando um suntuoso mundo de paz e harmonia.
Os peixes alegres brincam saltitando nas águas,
Encantados com os magníficos reflexos estelares.
Pelo sol prestimoso que nos aquece e ilumina.
Pelo vento que sopra e nos trás a brisa,
Não se sabendo de onde vem, e nem para aonde vai,
Até então tudo era harmonia, tudo era paz.

Mas... Perdoe Senhor. A raça humana pecou ao não saber,
Agradecer a esta oblação e, passaram a conspurcar as Suas Obras,
Os ares estão infestados de gases poluentes e as chuvas,
Já não são mais de água pura e sim levemente acidas,
Oriundos das chaminés das fabricas e da volatilização das lavouras,
Saturadas de venenos químicos que penetram no solo afetando,
Impiedosamente os microrganismos, que recuperam a terra,
Na sequencia estes mesmos beligerantes químicos estão extinguindo,
Os veículos da polinização como as abelhas e outros insetos,
E a flora se queda em declínio, na continuidade estes venenos,
Ao se infiltrarem, nos lagos e nas águas ribeirinhas as contaminam,
Exterminando os alevinos não permitindo a reprodução das espécies.
Triste herança... Que deixaremos para nossos filhos e netos.


Meu Senhor... Como tudo mudou, já não há mais a paz no campo,
As nossas águas cristalinas se envenenaram,
As nossas matas e cerrados estão virando planícies nuas,
Onde só brotam abrolhos e ervas daninha,
Não mais existem os suntuosos sertões,
Onde todos tinham ao seu habitat e a uma vida livre.
Já não existe mais os campos floridos,
Nem beleza do planalto da serra do roncador,
O nosso cerrado, que tinha apenas experiência de criança,
Zelava seus organismos impiedosamente massacrados,
Pelas maquinas dos senhores feudais que na sequencia,
Expulsaram a fauna silvestre e queimaram pelo fogo,
As esperanças dos pequenos animais que desapareceram nas cinzas.
Agora restam poucos a vaguear por terrenos devastados.


Senhor... Os sobreviventes usam da piedade do sertanejo,
E vão matar a fome junto com as galinhas nos terreiros,
Das pequenas propriedades, assim também um lobo Guara,
Solitário procurava sobreviver entre as intrusões e seu recanto.
Sentia o cheiro da comida na cozinha do alienígena.
Mas o casarão de alumínio e o asfalto limitavam a sua ousadia.
Ficava do outro lado da estrada apenas olhando os galpões,
Mas se quedava assustado e não se atrevia chegar perto,
Apenas servia de agradável surpresa aos transeuntes passantes,
Mas um dia, algum perverso o matou, bem ali junto do asfalto.
Bem ali junto da cidade irmã Porto Alegre do Norte.


Perdoe Senhor a estes beligerantes enclausurados,
Em senhores feudais donos do mundo milionário,
Habilidosamente, arrendam a terra de terceiros menos avisados,
As usam dilapidando e sugando toda vigor fertilizante,
Para depois as devolverem enfraquecidas terras em agonia,
Sufocadas pela acides que aflora e as abandonam,
Dilapidadas e inservíveis, na solidão nua ao sol.
Os buritizais a beira dos brejos foram sacrificados,
As dezenas tombaram ante a arrogância impiedosa,
Dos alienígenas ainda com os cachos cheio de frutos.
Terra dantes verdes se transformaram em deserto,
Os nossos cerrados breve serão mares de areia sem vida.
A lei do mais poderoso ainda prevalece,
Tumultuando a vida dos sertanejos e a dos índios,
O pobre só tem ao Senhor e a eternidade.


Talvez um dia á sombra de outro pé de tamboril ou pequizeiro,
Neste nosso sertão devastado, antes do final dos tempos,
Eu ainda possa escrever mais alguma coisa,
Sobre um passado maravilhoso que nunca mais há de voltar.
Um passado onde todos tinham um pedaço de terra,
E não existia a usura, um passado feliz cheio de canções,
Que falavam de amor e fraternidade.
Um passado onde os filhos moravam a vida toda junto aos pais.
Os índios e sertanejos se respeitavam.
O ser humano amava e respeitava a natureza.
Um passado sem vilões ou violências.
Um passado cheio de lendas, esperanças, e muito amor.
Numa maravilhosa herança deixada pelo “Criador do Universo".
Certamente o Senhor ainda mora aqui  no rio Araguaia, 
"Senhor abençoe estes trez povoados irmãos, agora cidades 
Mato Verde (luciara), São felix do Araguaia e Porto Alegre do Norte",
Frutos da mesma aventura, dos mesmos homens que buscavam
A tão sonhada Terra Prometida e as encontraram,
Onde hoje vivemos irmanados, repletos de  paz e amor,
Porque acreditamos em TI e sabemos que  Existes. 
Nos perdoe Pai e nos abençoe. Amem.

Wdg/Ssn.
                              §

ELE a levou...
Dedicado a Maria Paciente Gunther.

                             *
Jovem, gazela arisca, ligeira, tal flor da campina,
Quando a conheci, me transbordei em alegrias,
Inebriados por longo tempo vivemos a dois,
Enfeitavam a minha alma quimeras e fantasias,
Para mim, meu amor, era ela... a luz do dia,
Ternuras mil ofuscavam nossos jovens corações
Exarando o perfume das rosa, a fragrância da alegria,
Sonhos de ternuras e abdicação num farto lar,
Escondia a felicidade na mais doce utopia,
De oito pequenas crianças, alegres a brincar.

Até que um dia... ELE, de repente, me a tomou,
Minha Maria se foi para muito longe... Além,
Suspiro...
O abismo do sofrimento em mim se aportou,
Momento de agonia e dor, eu morri também,
Hoje faz dez anos que curto a minha solidão,
Clamo grito, ninguém responde tudo em vão,
Não tenho mais carinho, amor ou felicidade,
Lanha a carne a dor lancinante. Sofro por amar,
Na estrada da vida busco-a na rua da saudade,
Mas ela...  A minha sinhá, não consigo encontrar.


Viver na solidão é morrer a todo  instante,
Sem ter alguém para dividir, para abraçar,
Não vale a pena viver tão triste nostalgia,
Os que dela saíram paradas outras arribaram,
 Nas azas inebriantes do ardiloso novo mundo,
Estão aos poucos na doce lida a me descartar,
Assim, só, na calada da noite, na escuridão do dia,
Busco a todo instante uma palavra com o Pai,
Senhor por que fez isto? Devolva-a para mim!
Mas calado ELE se queda na certa não vai,
Por longos anos decaio nesta amargura sem fim.

Pedi ao Pai permitir ao menos com ela sonhar,
Ledo engano, mas o meu consolo é a certeza,
De que muito em breve a ela irei me juntar,
Mas se isto não acontecer,
Pelos menos eu quero enquanto viver,
De essa esperançosa mentira me alimentar.

  Wolfgang Dankmar Gunther
           §

Ana Victoria...

            Conversando com Deus...

 

...Mãe...Eu em  teu cólo me realizo,
No teu aconchego, quando dormindo,
Na minha nostalgia converso com Deus,
Pedindo  para conhecer este mundo,
De que tanto ouço no meu calado falarem dele,
E fui contemplada com a ajuda do céu.,
E sorrateiramente me transportei,
Nas  asas de meu sonho, como  vento,
Para milhares de paraísos  me transportei, 
Transformando em realidade meu espírito
Se torna uma  lenda viva e presente,
Nas asas da plenitude singro o ar,
Em busca das maravilhas com que sonhei.
 
Vejo os pássaros voando ao meu lado,
A beleza das campinas revelam o  esplendor,
Abrindo-me o amor pela vida ao vislumbrar,
Onde a gazela arisca se trejeita  ao caminhar,
Os  rios, os lagos o oceano que a tudo refletem,
A  faiscar nas  noites linda de luar,
As miríades de estrelas vivas a brilhar,
Vejo as matas e me deleito brincando com elas,
Na minha esvoaçante e maravilhosa aventura,
Ao Sacudir suas folhas ao me emaranhar nelas,
 
Sinto o calor da luz do sol que é a vida,
Apaixonando-me pela maravilhosa vizinha a Lua,
Irmanei-me com  altas dobras montanhosas,
Em  vôo escalando as alturas estonteantes,
Descendo  vertiginosamente encosta abaixo,
Em busca de outras maravilhas do Pai,
Flores silvestres de esplendorosa beleza encontrei,
Alegria ao sentir o diamante liquido dos riachos,
Escorrendo por  entre pedras tal convide a saciar ,
Me vem na alma um aviso,..tenho que voltar....
Por hoje termino  minha a aventura, 
Tenho que regressar para o seio materno,
 
 
Ansiosa e preocupada esta a me esperar,
Vede minha mãe e meu pai,
Que Deus minha felicidade supriu,
Mostrando-me suas maravilhosas  criatividades,
Me  acolheu em  Seu seio de amor e vida,
Revelou-se  uma força  esplendorosa e fascinante,
Que domina e movimenta todo o Seu Universo,
Que não tem começo e nem fim,
Veja pai o poder desta  mão que da corda,
E movimenta todo este aparato,
Ainda estava sonhando...
 
De repente acordei e vi que estava
No colo de meu pai, que me abraçava,
Quisera eu poder chorar e lhes contar,
Que embora escondida dentro de mim,
A felicidade me  preenche os vazios,
Dando alegria aos dias minha vida,
Que passam esvoaçando entre os dedos,
Um dia  por certo minha hora será chegada,
Não sei quando eu partirei,
Pois este segredo Ele não me o revelou,
Dando-nos tempo para ajudar os necessitados,
 
Nos dedicarmos  em  auxiliar o próximo, pouco
tempo nos resta para cumprirmos a que viemos,
Mas, pela dedicação, amor,  dores e sofrimento,
que muito mais que alegrias tiveram comigo
Meu Pai certamente  os compensará.
Olhem dentro de meus olhos e encontrarão,
Uma menina alegre e agradecida a brincar
Sejam felizes como sou  e sempre fui
Boa noite meu pai, boa noite mamãe...
Obrigado. Vic...
 
      FIM.











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